12 junho 2007

Desgosto de amor

Dos autores do blog
Sou de opinião que todos nós temos de sofrer de um desgosto de amor. Quanto mais cedo melhor. E o que esse desgosto nos traz, faz-nos crescer mais que mil anos de vida. Somos jovens e apaixonamo-nos. Pouco ou nada sabemos da vida e contudo já achamos que estamos apaixonados! Essa perfeita idiotice faz de nós humanos.
Mas direito ao assunto. Chega uma altura na vida que sentimos amor por alguém. Muitas vezes tal passa-se com a primeira rapariga que tem de facto algo a ver connosco. Pode ser uma boa amiga, uma companheira, uma estranha. Mas sentimos algo por ela. É estranho. Sentimo-nos completos com ela. Alguns de nós, avançam. Beijam-na e alcançam muito. Outros apenas mantém a ideia dela na cabeça e começam a imaginar. Este gosto estranho, pela tal pessoa “perfeita” é apenas uma ilusão. Achamos que a vida seria perfeita com ela. Mais que perfeita, eterna e feliz. Sim, porque todos nós procuramos a felicidade.
Acontece que por muito que gostemos dessa pessoa, vamos acabar por ter um desgosto. Um desgosto de amor. Para sempre ela será uma referência. Sempre que pensarmos nas raparigas especiais ela terá o seu lugar marcado. Todos nós, sem excepção, passamos por isso. Eu, por exemplo, passei por isso duas vezes. A primeira era uma paixão imaginada. Até dizíamos quantos filhos íamos ter, e onde viveríamos. A segunda vez foi com uma rapariga que fiz de tudo. Em pouco tempo ela levara-me para onde nenhuma outra rapariga alguma vez me levara: ao amor. Ou pelo menos era o que eu achava.
O pior dessas pessoas que nos fazem sentir apaixonados, realmente felizes, é que não vemos os seus defeitos. Nos momentos em que estamos tão concentrados, tão ligados a esse tipo de gente, acabamos por não ver os seus erros. Aquelas pequenas coisas que no nosso estado normal não seríamos capazes de tolerar. E na primeira vez que abrimos os olhos, ou nos abrem os olhos a nós (se tivermos essa sorte), finalmente percebemos:
“Fodasse… Será que eu estava cego?”
Não, estavas apenas a imaginar coisas. Estavas tapado por um manto invisível de imaginação e ilusão. Já o disse e repito, desgosto de amor fazem parte. Todos nós teremos aquela miúda que no fundo era uma puta, ou aquela rapariga que parecia perfeita mas que tinha medo da vida e nos estava lentamente a contagiar. Todas as raparigas têm aquele rapaz que achavam perfeito, aquele que curtiu com outra rapariga mesmo a vossa frente e contudo continuavam a gostar dele, aquele rapaz que era arrogante e não gostava de ninguém. Faz parte. E vai doer. Vai doer muito perceberem que se tinham enganado.
Eu, tal como todos os outros, enganei-me. Essa paixão vai sempre ser uma referência, apesar de não ser real. E depois de admitirem que essa paixão era apenas uma criação da expectativa que a nossa vida criou desde que ouvimos a palavra amor, então aí crescemos mais que se vivêssemos um milénio inteiro. A única coisa que eu vejo de útil a dizer, depois deste texto um tanto desmotivador, é que uma paixão falhada não deve condicionar o nosso resto da vida. Não devemos procurar por algo igual. Apenas devemos estar abertos a novas relações, novas gentes, novos sentimentos. E tentar que, se algum dia essa paixão antiga nos procurar, talvez para nos usar e magoar, que a consigamos mandar á merda. Tal como eu fiz quando aconteceu comigo. Pelo menos uma das vezes que aconteceu.
Raios, somos humanos. [1]

1 comentário:

. disse...

Muito bom...estou a passar por isso pela 3ª vez e não é muito bom pois começo a perder a esperança de alguma vez encontrar alguem perfeito para mim e tambem perfeito para ela...mas isso penso que só nos filmes...infelizmente o amor no seculo XXI está em vias de extinção...felizes daqueles que ainda o encontram sem sofrer!