15 fevereiro 2008

O número da besta

Dizem que o número da besta é o 666. Posso vos dizer que não é!
Para mim, o número da besta é o número da minha ex-namorada. Porquê? Porque o decorei e não me sai da cabeça. E para além do número de telefone dela, decorei também o mail dela. É lixado saber de cor o número da última rapariga que nos fez sentir felizes. Por variadas razões óbvias. Primeiro porque á noite, quando me sinto sozinho, sei que lhe podia mandar uma mensagem ou telefonar. E depois porque quando estou na Messenger, apesar de ter bloqueado e excluído o mail dela, ainda o sei de cor.
Isto tudo só prova uma coisa, a frustração da tecnologia. Talvez no passado, no tempo dos nossos pais, seria diferente. Invés de se discutir sobre números de telefone e o mails, discutia-se dos sítios onde as pessoas moravam. Como os tempos mudam… Fico frustrado, e muito, quando me ponho a pensar nisto. Tenho o número dela na ponta da língua. Quanto tempo irá durar até me esquecer dele?
Ao contrário dos Da Weasel, na sua música Mundos Mudos, onde o cantor insiste na ideia “Muda o teu número que eu mudei o meu”; para mim é totalmente diferente. Eu não corro o risco de ela me ligar, portanto não preciso de mudar o meu número. Fico é totalmente frustrado com o facto de eu, ao contrário dela, sentir que o número de telefone, ou o mail dela constituam uma ameaça para a minha pessoa. Já nem sei… A verdade é que por enquanto, não me esqueço do número.
E quando digo que o número da besta é o número da ex-namorada, não falo apenas da última, falo de todas as outras que vamos encontrar na vida. As anteriores, as mais recentes e as futuras. Todas elas com um número de telefone. Um número só, que é uma falsa promessa de uma possível reconciliação e um regresso àquelas horas de prazer e loucura. Ah, merda das novas tecnologias…

Da Weasel - Mundos Mudos

1 comentário:

Anónimo disse...

muito bem descrito... situações semelhantes... melhor forma de contornar isso é arranjar um numero novo, ou um conjunto de números novos (gajas).. ou então reconciliar com a besta